segunda-feira, 30 de abril de 2007

Quando o colunismo social bate a sua porta

Isso aconteceu comigo...

Eu não sei se eu sou antiguinha, mas uma coisa que abomino são aqueles colunistas sociais, que ganham dinheiro colocando fotos e fofocas em suas colunas, nos mais variados veículos de comunicação. Gosto da modernidade, pessoas de opinião, o resto pra mim é breguice.

Mas quanto mais eu os odeio, mas eles me perturbam.

Grande festa social numa cidade pacada sussurada pelo vento sul. Um colunista iria distribuir uns troféus para os destaques do ano (que ninguém sabe qual o requisito para ganhar). Um grande amigo recebeu o convite alegando que ele seria um dos premiados. Meu amigo mor acabou não indo, achou estranho o convite e nem quis aparecer. Micagem do ano, ele acreditava.

Dias depois, o tal colunista começou a ligar. Alegando que gastou horrores com o troféu, etc..., etc....

Resumo da história, ele queria R$ 400 pelo troféu, mas como o meu amigo não foi, ele faria por R$ 200.

Baixei a senhora socialista, “mas como isso, manda ele dar para os carentes, colocar o troféu como segurador de porta”.

Num belo sábado estava eu vendo um filme maravilhoso, embaixo dos cobertores na casa do tal amigo premiado, quando o interfone toca, nunca atendo a casa não é minha.

Deve ser engano. Poucos minutos depois, a campainha. Indignada, meu amigo dormindo, abro a porta e dou de cara com o tal colunista, alegando que estaria ali para entregar o troféu.

Com a maior cara de sono, pijama sujo de brigadeiro, dou aquela desculpa e digo que depois o meu amigo iria procurá-lo. “mas querida, eu estou no hotel, não posso ficar esperando ele e a conta como fica”, disse o inoportuno.

kkkkkkk. Não agüentei. Perguntei o que meu amigo devia e ele respondeu: “R$ 200” .

Que troféu mais caro, hein. Por um troféu !!

Ele deu a meia volta e saiu.

O cara incomodou tanto, mais interfones e ligações. Meu amigo foi no hotel. Na frente de todos o cara insistiu nos R$ 200. Meu amigo na frente de todo mundo informou que não tinha o tal dinheiro.

O colunista de quinta categoria disse que poderia depositar no banco, deu o número da conta, etc....

Coitado deve estar esperando até agora. Deixa eu dormir em paz. Troféus !!! Não sabe ele que isso já saiu de moda, faz tempo.

Um comentário:

Espaço Gótico disse...

Olá, Mociola ou Anita Beach!

Sou, ou fui, cronista social (veja a diferença de cronista e colunista) por 38 anos. Hoje edito um jornal mensal, porém não uso mais meu pseudônimo como cronista. Apenas uso uma coluna titulada de "Piriris & Pororós" (criação nos anos 60 do Ricardo Amaral) - acesse http://xicojunior.blogspot.com ou "Espaço Gótico", para saber melhor -, onde desanco exatamente sobre o que acabaste de relatar. Pseudos colunistas sociais que, através da "venda de troféus", coisa tão banalizada, se dizem colunistas, sem qualquer princípio, convenção própria e, mais grave, sem justificar porque determinada pessoa foi "eleita" (?) destaque.

Talvez eu seja tão antiguinho quanto tu. Ou, na visão desses "tartufos", picaretas, um "careta", "ultrapassado". Só que sempre pautei meu trabalho pela dignidade, princípios e convenções próprias, das quais jamais abri mão.

Já comemorei 6.3. Hoje, após tanto apreender com os pseudos colunistas e os forjados colunáveis (uma área em que pulula com muita ênfase até sonegadores, corruptos, estelionatários, golpistas, os colunáveis de momento), estou preprando matéria para ser capa do meu jornal, na edição de setembro - mês das flores - exatamente fazendo um rebu (de rebuscado) sobre como se fazia crônica social nos anos 60 e 70, e como fazem hoje. Cai no teu blog exatamente porque estava pesquisando sobre a questão "colunismo social". E foi muito bom, pois "ouvi" uma opinião que me servirá muito à matéria que estou preparando.
Gostaria de saber o teu E-mail, para contatar, já que, além de crítica, gostas de escrever, ler e ficar só. Acredito que seria importante a troca de experiências.

Meu e-mail: frapagot@ibest.com.br

Abraços,

Xico Júnior

Jornalista, cronista social, escritor (4 livros já publicados e mais 4 no prelo), poeta, historiador e acervista. Não é esnobismo, são coisas que faço para passar o tempo e, aproveitando, resgatar o passado